quarta-feira, 8 de setembro de 2010

O (des)Governo

Aos oito dias de Setembro do ano da graça de 2010, assina O Conquistador a sua primeira intervenção.

Dirigir-me-ei a vós, mui nobre pares que fazeis vosso este espaço de encontro e reflexão, a vós maregas que tanto vos inquietais a nosso respeito e alegremente fazeis deste poiso tema de conversa e demais seguidores que assim lhes dê, todos os dias de quarta.

Por estes dias, muito se indigna O Conquistador, que dá conta da azáfama e desconserto parental que, qual ginasta económico, contorce a magra bolsa para dotar os seus descendentes de armas capazes de fazer frente a tão temida guerra que se avizinha: o regresso às aulas.

Os muito badalados balanços económicos dos media fazem uma estimativa dos danos da ofensiva, sabido que é tratar-se de tropa altamente exigente, reclamando a si mordomias especificas que vão desde a mochila da marca X aos cadernos e lápis da marca Y.
Se às necessidades básicas adicionar-mos algo mais no guarda-roupa, os três dígitos da soma ganham formas bem redondas.

Os livros culminam pois, a longa lista de arsenal. Culminam, pois apesar de encomendados no pico do Verão, muitos só sentem o sabor de lápis e borracha no já longo Outono.

Dizia, muito se indigna O Conquistador com os lordes que governam este lameiro desgovernado, que pela frente dizem esquerda e por trás desenham direita, que por um lado pintam a Educação de direito, por outro a disfarçam de torto. Mais que um direito, a Educação caminha cada vez mais para o patamar de privilégio, a que a mirrada bolsa do Zé Povinho não pode dar-se ao "luxo" de corresponder.
O custo despendido no regresso às aulas absorve o orçamento "que era para aquelas férias". Ora, se os mais abastados se viram obrigados a delas abrir mão, que acontecerá à base desta tremida pirâmide?

Não será para este lameiro de acatar "utopias" de outros pares europeus, que conseguiram uma qualidade de vida bem acima da que conhecemos, sem nunca abrir mão de Saúde e Educação.
Educação obrigatória, mas não gratuita.

Os programas demoram anos a reformular, as editoras precisam liquidez. Solução? Mudar uns quantos desenhos, uma ou outra tabela, um caderno de exercícios que o professor não vai pedir e um cd-rom para usar em outro lado que não o Magalhães e voilá! Uma nota de vinte em cima do balcão, o português continua na miséria, mas os boys meteram algum ao bolso - os dinheiros provenientes de IVA serão sempre recebidos de braços (e bolsos) abertos para colmatar buracos orçamentais. Os prejudicados, os mesmos.

Um sinal de crise. Ou um (amargo) sinal dos tempos?

1 comentário:

  1. Não é fácil... A verdade é que como em muitas outras coisas, por vezes temos de tomar decisões sem fazer grandes conjecturas futuristas (filhos!).
    Um abraço!

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