quarta-feira, 23 de novembro de 2011

O trabalho a quem o quer

... o que, a julgar pelas notícias que dão conta do esforço conjunto do trabalhadores da Sicasal, em Mafra, a máxima se cumpre por ali.

Apesar do violento incêndio que destruiu boa parte das instalações da fábrica, a administração assugurou que nenhum posto de trabalho estaria em risco. Uma decisão corajosa quando fácil seria baixar os braços.

Os trabalhadores foram sensibilizador para serem parte activa na reconstrução da fábrica e também eles arregaçaram mangas para desempenhar funções bastante diferentes daquelas a que estão habituados.

Ao ver a reportagem, retive duas frases. A primeira de uma funcionária, que referiu que "o emprego é um bem raro nestes dias, portanto há que fazer sacrifícios". A segunda, do dono da fábrica, "A melhor forma de não ter a crise é não ser a própria crise".

Amanhã, ninguém tem motivos para fazer greve na Sicasal.

No Continente (e outras paragens)


...que não o hipermercado, faz-se greve amanhã.

Por causa da crise, do governo, da troika, do preço do combustível, disto, daquilo...

Fazer greve é tão banal que não produz efeitos, além do rombo na economia.
Em média serão mais os dias que um português faz greve do que os que vai ao teatro (aqui, perder um dia sem salário, não me parecendo que contribua efectivamente para o enriquecimento da cultura geral, surge efectivamente mais caro que um bilhete para o D. Maria II.)

Não estou contra quem faz greve. Estou contra o timming em que esta se faz.

Os princípios que amanhã se vão defender desvirtuam os princípios que nortearam os primeiros grevistas que fizeram ouvir a sua voz pela conquista de melhores condições de trabalho, maior igualdade e mais segurança.

Também amanhã se lutará por estes e outros objectivos, mas não nos enganemos, o país não vai mudar.
O país não vai mudar porque o país não se consegue gerir sozinho. Porque não tem dinheiro, e porque o "pouco" que emprestaram tem que ser gerido com rigor. Porque, a menos que um Rei Midas nos venha abraçar e transforme lata em ouro, o país está fechado para festas.

Mas o povo sai à rua. O mesmo povo que reclama da subida do IVA, do preço de bens essenciais, dos preços dos combustíveis que sobem dia sim, dia sim. O povo que não tem dinheiro, mas que amanhã abdicará de um dia de salário.

O mesmo povo que, salvo aqueles que veremos na TV, não irá protestar na rua, antes assumirá o dia de greve como uma folga, como oportunidade de acordar às 10h e contemplar o belo sol de Novembro.

Não me revejo nesta greve. Não farei parte dela. O País precisa de trabalho, precisa de produtividade. Condena-se a meia hora adicional diária e amanhã vamos deitar de uma só vez 16 dias de implementação prática desta medida.

Não vamos lá assim. De uma vez por todas, acordem.

Na Madeira

...continuam a quebrar-se barreiras do inesperado.

Desta feita, a maioria PSD fez passar uma lei que permite a um só deputado votar em nome de todo o seu grupo parlamentar. Sinais de que João Jardim estará por esta altura preocupado com a ausência (ou deserção?) de um dos seus em tempos de votos nesta casa.

Uma vez mais me recordo das inúmeras vezes em que este senhor se refere à República para enumerar 150 coisas com as quais não concorda. Portanto para ele isto está bem, e isto já não é uma afronta aos ideais de democracia.

Se os deputados representam o povo, passarão os deputados a ter um "super-deputado" que os represente a eles?

Constitucional?

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Manchester United 2 - 2 Benfica

Depois de 21 jogos oficiais sem perder... aqui fica o apuramento do Glorioso frente ao Manchester por 2-2


quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Socialismo e o seu extremismo



Eu defendo que o conjunto das diversas ideias é que consolida a democracia e traz equilíbrio à nossa sociedade.

A menos de uma semana de uma greve geral, vejo com muito desagrado o que se passa na nossa extrema-esquerda, um grupo de pessoas sem ideias que tem como objectivo impor a sua ideologia aos demais. Quando digo impor, digo mesmo impor, não é contestar nem manifestar desagrado com a ideologia dos restantes.

Detesto quando as pessoas são possuidoras da razão absoluta e não ouvem sequer os argumentos das outras pessoas.

O pegar em dinheiro que não é nosso construir não sei o quê e contratar não sei quantos funcionários, com esperança do consumo interno dinamizar a economia é um sistema que funciona até haver quem nos empreste dinheiro... depois entra em colapso... a ideia do socialismo é bonita mas está no fim, estamos a níveis de impostos quase insuportáveis e no entanto não conseguimos pagar tudo o que "queremos" ter direito... Saúde, educação, transportes, segurança, exercito, administração e afins...

Neste momento, numa postura meramente populista, com intuito de ganhar votos, o partido comunista, bloco-esquerda e até mesmo um pouco da ala do PS (até Seguro) continuam com discursos demagógicos e sem qualquer nexo

A ideia de sair do Euro só foi "ponderada" pelos comunistas, que não sabem explicar nem as consequências nem sequer aceitam que lhes tentem explicar o que aconteceria...

Acho que ninguém sabe ao certo o que aconteceria, mas vendo outras economias que chegaram a esses pontos... Argentina, Chile e outros...

Nós temos uma divida, se a não pagarmos as pessoas deixam de nos emprestar dinheiro e nós temos défice de tudo... nós gastamos bem mais do que produzimos...

Nós importamos alimentos, combustivel, energia..... e tudo... ao contrário de casos de sucesso como o Brasil, que em tempos deixou de pagar as suas dividas e bateu no fundo, conseguiu levantar-se porque é auto-suficiente em tudo...

Nós temos uma balança comercial de rastos, se de repente deixássemos de poder importar, o povo português não só não mexia um carro como passaria muita fome... (em extremos)

Façamos o seguinte exercício, o que aconteceria se deixássemos o euro para um determinado escudo.. era básico de perceber... no caso micro-económico da nossa casa... uma familia que tem uma divida a pagar com uma prestação de 500€ por mês e ganha por exemplo 1500€... no dia seguinte a entrar na nossa moeda, passava a pagar uma prestação de 500€ e ganharia o equivalente a metade do que ganhava em euros... ou seja 750€... acho que é bem óbvio o que aconteceria...

Imaginem agora o que aconteceria ao país, não pedindo mais crédito porque ninguém lhe voltava a emprestar um cêntimo (ou emprestando a juros de 110% como acontece na Grécia hoje em dia)

O Governo teria de deixar de ter função pública, ou tudo teria de ser pago ao valor real do seu custo... saude, educação, transportes, água, luz e afins... seria o caos e o fim da nossa economia...

Se tivermos que sair, terá de ser por iniciativa da Europa, de modo a que nos ajudem e eles próprios financiem a nossa saida (basicamente que paguem metade das dividas das pessoas e empresas aos bancos) perdoem metade da nossa divida ao exterior e pronto... ai podemos recomeçar de novo com uma moeda nossa... vai ser dificil de financiar uma balança tão desiquilibrada mas só há essa solução...

Eu só vejo uma solução neste momento para Portugal, aguentar, seguir as orientações de quem nos está a sustentar e se seguirmos tudo bem direitinho e mesmo assim eles virem que não resultou... então eles que tratem de nos ajudar na transição...

Os de esquerda que querem chegar, dar 30 pontapés na cadeira e agendar por sua iniciativa a revisão da nossa divida... é de putos a tentarem extorquir dinheiro aos pais depois de terem gasto a mesada num jogo para a playstation...

Digamos que esta solução sugerida pela troika não me agrada, não me revejo sequer na ideia de empobrecer Portugal como meio de competitividade, pois só se caíssemos abruptamente conseguiríamos competir directamente com alguns países de leste da Europa e da Ásia...

Mas que poderemos fazer nós?!

Eu sou daqueles que até gosta de ouvir os membros da Troika a falar, não porque nos digam alguma coisa de especial, no entanto têm bem mais credibilidade perante as instituições Europeias que os nossos Governantes e se disserem coisas como "estão no bom caminho e cumprem" podem dizer as baboseiras e as sugestões todas que quiserem...

A questão é que não vi esta malta a criticar os governos anteriores por terem feito hospitais, pontes, escolas e estradas à burra... não os ouvi a criticar o governo por termos os transportes em constante falência técnica e a não mexerem uma palha... criticar quando se tenta resolver alguma coisa para "remediar" o que foi feito, não me parece que mereçam credibilidade...

terça-feira, 15 de novembro de 2011

sábado, 5 de novembro de 2011

Pensamento do dia...




As vezes, cruzo-me com cenários mortos e atos insonsos, que sonolento teatro, faz-me refletir, será que justifica viver sobre esta carroça de formalidades?

Em tempos fui Juiz, passou uma década, lembro-me quando sentenciava cada movimento e cada pensar que delineava o meu arfar. Hoje as amarras são muitas, são puxadas vertiginosamente de diversos extremos, arrastam-me para esta pesada e exaustiva sensação de desgoverno.

Mas que alternativas teremos nós senão obedecer cegamente aos veredictos da conjetura?

Será que as alternativas que são desenhadas em cartoons de alegria e felicidade, aqueles rabiscos a carvão, sem cor nem trajeto, que condenam todos os caminhos menos o nada… são essas alternativas verdadeiras? Ou apenas uma luz, mais um pirilampo com um espirrichar de lesmas palavras que ofuscam a escuridão até à sobriedade de um flash…

Se a cada viragem, o embate daquele vento nórdico me faz pensar nos generosos cheiros da primavera, o tempo espremerá dolorosamente cada segundo e a prosperidade do futuro parecerá uma bênção, quando na realidade, cada momento deve ser saboreado mesmo que o amargo da vida nos convença de contrário...

Tenho que lutar...

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Quando a cabeça não tem juízo...

... O povo é que paga.

Deixa-o pagar, deixa-o pagar, quero ver se eles estão a gostar!

Parecem ser estas as palavras de Giorgios Papandreu numa altura em que se coloca a hipótese de um referendo na Grécia para apurar se os gregos estão de acordo com as medidas tomadas.

Ora, à luz de todos os protestos, violência, pilhagens e demais manifestações, depreendo que eles andam felizes da vida, portanto não sei porque referendar algo que parece demasiado óbvio.

Ou eu ainda percebo menos que aquilo que julgo sobre política, ou este homem brinca com o sentido de oportunidade. Depois do perdão de metade da divida grega, coloca tudo em cheque com uma atitude que ninguém percebe ao certo que lógica tem.

Grécia, que a avançar com o referendo, se coloca mesmo a jeito para ser expulsa da zona euro, voltando ao dracma, com tudo de mau que isso acarreta - falência mais que óbvia do país.

Em minha muito humilde opinião, o referendo não avançará. Não pela falta de vontade deste senhor (que está quase a perder a maioria parlamentar, faltam cair só mais 4 deputados), antes porque acredito que este governo irá cair durante o mês de Novembro. Com novas eleições, este cenário perde força.

E porque é que me mostro preocupado? Porque sendo Portugal parte integrante de países que dão pelo rico nome de PIG's, somos os seguintes na carreira de tiro. Se por um lado já nos vemos gregos para andar direitos apesar de tanta austeridade, ficar como os gregos era do pior que o Pai Natal nos podia deixar no sapatinho.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011