domingo, 12 de setembro de 2010

Medidas à Sarkozy


Sabemos que o nível de criminalidade e de emigração da França não são comparáveis com as de Portugal em geral, exceptuando a nossa Capital.

No entanto, vamos analisar por traços gerais o que o Presidente Francês tenta agora implementar com intuitos de prevenir a pobreza e a criminalidade:

- Todos os emigrantes que demonstrem níveis de pobreza continuada, são repatriados.
- Todos os que tenham ascendência estrangeira que cometam crimes ou pequenos delitos não recebem a cidadania Francesa aos 18 anos.
- Todos os emigrantes que cometam algum crime grave ou cometa uma agressão contra uma força de autoridade é imediatamente retirada a nacionalidade Francesa e repatriado após pagarem pelo crime cometido.

Que pensam vocês destas medidas?

5 comentários:

  1. Com o 2º e 3º ponto estou completamente de acordo e era o que devia ser aplicado cá.
    A França recebe um estrangeiro e concede-lhe todos direitos como qualquer cidadão francês,por isso devia agradecer o país que o recebeu, trabalhando e obedecendo as leis da republica como todo a gente e não andar no banditismo...

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  2. Caro Gordo, acho que em França se anda a brincar ao Carnaval antes do Revéillon. Sarkozy "disfarçou-se" de Jean-Marie le Pen; não lhe vestiu apenas as roupas, como também as políticas. A xenofobia tem neste senhor a cara mais visível, o país da liberdade, igualdade e fraternidade tem neste iluminado o seu maior paradoxo.

    Vamos por pontos.

    1º - Subentende-se que quem não produzir lucro visivel para a máquina do Estado tem guia de marcha. Não sei até que ponto existe uma preocupação estatal no sentido de saber em que condições sobrevivem os que deixam tudo em busca de melhor e, arrastados pela crise, também eles nao conseguem remar contra a maré.
    Em Portugal temos do mesmo, mas os emigrantes apenas vêm ocupar os lugares que por este burgo não são reclamados, nomeadamente profissôes de sector primário ou secundário, que por serem mal remuneradas (para eles será um achado) são muitas vezes rejeitadas.

    2º - Nestes pequenos delitos está também privado o direito de greve. Em França, como cá,qualquer jovem com 16 anos pode trabalhar. Se houver greve, e à imagem das ultimas anunciadas, transformadas por decreto em "perturbação da ordem pública", o manifestante incorre em desobediencia. A greve, também à nossa imagem, é um direito que lhe é consagrado constitucionalmente. No auge da emigração portuguesa para França, muitos foram os que se viram envolvidos no meio das manifestações de 68, nas quais os manifestantes eram vistos como comunas que mais não queriam que perturbar a vida social. Esses "comunas" foram legitimados por todos nós, que compreendemos a importância dos valores que defendiam.

    3º - Para mim, o mais problematico dos três. Não sou perito em lei criminal, mas há direitos consagrados a criminosos, como a extradição. aqui poderá não ser apenas um problema francês, no entanto, mal resolvido, poderá descambar num incidente diplomático.

    Não quero com isto dizer que sou um pacifista, um comunista ou um hippie de 68. Como português, contribuinte e um dos milhares da minha geração que tem na reforma a maior miragem, sou absolutamente contra quem usufrui de dinheiros e todo o tipo de protecção social sem contribuir para a máquina estatal. Há muito boa gente de papo para o ar à espera que o subsidiu caia, mas trabalho nem vê-lo. Que é feito do trabalho comunitário? Será apenas uma pequena punição aplicavel a quem comete pequenos crimes?

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  3. Fazendo um bocado de advogado do Diabo.

    A emigração é uma coisa boa pelos motivos que o grande Conquistador aplaudiu, consegue colmatar o trabalho primário e de baixos salários, que fazem com que a economia consiga fluir.

    É também importante para evitar o envelhecimento da população, trazendo mão de obra nova e muitas vezes ajudando na natalidade.

    No entanto, caro Conquistador, o chefe da França teve que lidar com o problema da emigração em excesso.

    Tudo o que é excesso faz mal e o que acontece é que quando a comunidade emigrante é maior do que os possíveis empregos, cria não só desemprego mas muita pobreza e instabilidade

    Relembro aqueles conflitos recentes que a comunidade emigrante provocaram durante semanas em Paris.

    Estas medidas são extremistas, mas será que estão assim tão erradas?!

    É justo manter milhares de pessoas que não têm emprego e vivem miserávelmente com probabilidade de isso não mudar, mantendo-os numa ilusão de que estão num país melhor?!

    Mas será que manda-los para o país de origem é a solução?!

    Que fariam se alguém que acolhessem na vossa casa praticasse crimes?! Deixariam-no continuar a morar por lá?

    Xenofobia?! talvez...

    Não estou a dizer que só os emigrantes pratiquem crimes, mas se não podemos mandar embora um irmão, é bem mais fácil mandar embora uma visita...

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  4. Medidas extremistas serão sempre polémicas. Entretanto a ONU ja manifestou desagrado com estas medidas. Imagine-se, Fidel Castro criticou estas medidas,numa aparente demonstração que está a ficar senil de todo.

    O grande problema desta medida foi de facto ter recaido sobre um sector especifico, neste caso uma etnia.

    Se os repatriados ja estavam em situação complexa, isto mais não fez que agravar o estigma.

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  5. Concordo que o facto de Sarkozy se tenha focado na etnia Cigana, apesar de negada, é um acto de xenofobia do tempo das grandes guerras condenável pela ONU e por todos.

    A justificação foi de que na grande generalidade eles eram englobados no primeiro ponto, de pobreza, mas há relatos de quase "caça" ao Cigano Búlgaro ou Romeno

    Contudo discordo com o estado da saúde mental de Fidel, parece que finalmente acordou para a vida, disse numa entrevista que o sistema económico/social de Cuba estava esgotado...

    Mas os comunistas sempre foram pró-emigração, pobres e oprimidos, não me estranha minimamente que ele tenha dito isso...

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