quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Portugal, S.A.

Tenho um grande problema com regras.

O problema destas reside substancialmente no facto de serem feitas por pessoas. Somos humanos, temos defeitos, e as regras são falíveis. Ponto.

A larga maioria das pessoas tem, intrinsecamente, resistência a cumprir regras - estas que têm o intuito de nos tornar iguais, ou "cidadãos em igualdade de direitos e deveres", constitucionalmente falando.

Sempre foi clara em mim a conclusão de que uns são mais iguais que outros, mas quando isso se evidencia, por norma cria-se uma nova regra que tal facto encubra.

E isto leva-me até à politica. Em politica, legisla-se. Legislar pressupõe o estabelecimento de regras e limites - LEIS.

Tenho também presente a sabedoria popular - "a excepção confirma a regra" e "as regras foram feitas para ser quebradas". Por este meio silogismo facilmente se deduz que infringir a lei não é portanto condenável aos olhos de todos.
Quem infringe é julgado pela Justiça, também esta igual para todos, também esta mais igual para uns que para outros.

Não posso comprar a justiça, mas posso comprar (o termo é "pagar honorários", outros há que lhe chamam "luvas") quem se move pelos meandros.

A Lei e o Código Penal são únicos, as interpretações divergem, e se em muitos casos os culpados passam impunes, outros há em que a própria vitima o é novamente.

Democracia

A Democracia concedeu-nos o dom e o poder maravilhoso de voto. Elegemos quem nos representa, mas somos deplorável e miseravelmente representados por quem elegemos.

Eles, outrora alguns de nós, são como nós. Mas alguém poderá dizer que não serão mais iguais uns que os outros?

Votamos, e ao fazê-lo elegemos o cangalheiro que durante uns anos nos vai cavar o buraco em que nos vamos enterrando. Curioso o facto de o próprio voto ser depositado numa "urna"

A marcha fúnebre segue dentro de momentos.

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