As vezes, cruzo-me com cenários mortos e atos insonsos,
que sonolento teatro, faz-me refletir, será que justifica viver sobre esta
carroça de formalidades?
Em tempos fui Juiz, passou uma década, lembro-me
quando sentenciava cada movimento e cada pensar que delineava o meu arfar. Hoje
as amarras são muitas, são puxadas vertiginosamente de diversos extremos, arrastam-me
para esta pesada e exaustiva sensação de desgoverno.
Mas que alternativas teremos nós senão
obedecer cegamente aos veredictos da conjetura?
Será que as alternativas que são desenhadas em
cartoons de alegria e felicidade, aqueles rabiscos a carvão, sem cor nem trajeto,
que condenam todos os caminhos menos o nada… são essas alternativas verdadeiras?
Ou apenas uma luz, mais um pirilampo com um espirrichar de lesmas palavras que
ofuscam a escuridão até à sobriedade de um flash…
Se a cada viragem, o embate daquele vento nórdico me
faz pensar nos generosos cheiros da primavera, o tempo espremerá dolorosamente
cada segundo e a prosperidade do futuro parecerá uma bênção, quando na
realidade, cada momento deve ser saboreado mesmo que o amargo da vida nos
convença de contrário...
Tenho que lutar...
O jeito é reunir forças e continuar. Puxar para baixo é muito pior. Acreditar que melhores dias virão ainda que muito longínquos. Força
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